quarta-feira, 23 de maio de 2012

Censo Industrial aponta para ‘mão de obra’ como principal demanda

A falta de mão de obra é o principal problema enfrentado pelos empresários e gestores do setor industrial do município. Esta é a informação mais importante apontada pelo “1º Censo Industrial”, cujo relatório com os resultados foram divulgados nesta semana pela assessoria de imprensa da Prefeitura. Lançada oficialmente no dia 21 de novembro, a pesquisa virtual e presencial teve por objetivo verificar as expectativas e mapear as dificuldades do setor industrial.
O Censo Industrial surgiu como uma das ações do Podi (Polo de Desenvolvimento Industrial), idealizado durante a primeira edição do Fórum de Desenvolvimento de Tatuí. Conforme a proposta do Podi, a pesquisa deveria identificar os “gargalos” do município segundo a visão das indústrias já instaladas. “De posse destas informações, o poder Executivo poderá direcionar ações para sanar estes gargalos que podem afastar a vinda de novos investimentos”, explicaram os idealizadores da pesquisa.
Promovido pela Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico e Habitacional), com apoio da Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”, da empresa Valecred e da ACE (Associação Comercial e Empresarial), a pesquisa foi conduzida pelos estudantes Paulo Sérgio Pereira Júnior e Eduardo Dante Pereira Pizorno, proprietários da Ipetec, sediada na Incubadora de Empresas do município.
Por 30 dias, os empresários puderam acessar a ferramenta virtual disponibilizada na internet e responder ao questionamento: “Qual é a sua necessidade”. Ao escolher uma dos tópicos de resposta (meio ambiente, saúde, logística, comunicação, mão de obra, segurança, educação e fornecedores), o participante recebia novas opções de resposta, de acordo com o tema selecionado inicialmente.
A expectativa dos organizadores na época do lançamento do censo era contar com a participação de 188 gestores ou empresários do município. Encerrado o prazo inicial, no mês de dezembro, a Seplan e a Ipetec optaram por prolongar o período da pesquisa virtual por mais três semanas. A justificativa apresentada era o baixo número de acessos registrados até então.
Dois dias depois do encerramento do novo prazo, em 18 de janeiro, os organizadores anunciaram nova etapa de pesquisas, desta vez com visitas de técnicos da Ipetec e da Prefeitura às sedes das indústrias. Conforme informações divulgadas na época, foram visitadas cerca de 70 empresas.
A segunda fase do censo terminou oficialmente no dia 3 de fevereiro. “Fomos atrás de mais gente para ter um resultado mais amplo. Agora, estamos fechando definitivamente a coleta de dados. Alguns empresários não quiseram participar, tanto na primeira como na segunda fase”, afirmou na época o interino da Seplan, Luiz Paulo Ribeiro da Silva.
Desde então, os proprietários da Ipetec trabalhavam no processamento dos dados coletados durante as duas fases do censo e na elaboração do relatório final. O relatório divulgado nesta semana não especifica o número total de participações na pesquisa.
O texto informa, apenas, que o “censo contou com aproximadamente 21,1% dos cadastros e 16,2% das pesquisas esperadas para o sistema”. Ainda segundo o relatório, as visitas às empresas ocasionaram aumento de 53,3% em relação ao período anterior.
O relatório também informa que a pesquisa contou com 120 opções computáveis e três sugestões inseridas ao longo do período de execução. No total, de acordo com as informações do relatório, durante a pesquisa virtual, foram selecionadas 315 opções, média de 11 tópicos a cada etapa. A pesquisa também permitiu inserir sugestões e 18 novos tópicos secundários foram apresentados por 12 participantes.
Entre as oito opções iniciais, a necessidade apontada em maior quantidade pelos usuários foi “mão de obra”, com 24,44% das participações. Entre os 12 tópicos secundários da opção, a maior quantidade dos votos foi para “setor produtivo”, com 22%; “setor de desenvolvimento”, com 16%; e “setor comercial”, com 13%. Ainda na área da mão de obra, dentro das três opções secundárias, o “nível técnico” recebeu a maior quantidade de votos, vencendo as opções “nível gerencial” e “nível operacional”.
Depois de “mão de obra”, a opção inicial mais escolhida pelos participantes do censo foi “meio ambiente”. Nesta área, as necessidades mais apontadas foram “coleta de resíduos”, com 36%; “resíduos”, com 27%; e “legislação” e “água”, com 14% cada uma.
A terceira opção inicial com maior número de votos foi “educação”. Entre os participantes que escolheram o tópico, 20% informaram necessidades em “ensino superior”; outros 20% citaram “pós-graduação”; para 15%, a maior necessidade está no “ensino técnico”; assim como os 15% que citaram o “ensino médio”.
O relatório do censo traz, ainda, informações sobre opções da pesquisa que tiveram menor número de votos. No campo da comunicação, por exemplo, 78% dos votos apontaram necessidades na área da telefonia, enquanto que 22% citaram carências com relação à internet de banda larga.
Com relação aos fornecedores, os representantes da indústria local apontaram necessidades sobre matéria-prima, prestação de serviços e máquinas e equipamentos. As opções receberam 42%, 33% e 25% dos votos, respectivamente. Entre a opção “prestação de serviços”, a maior demanda citada é “tecnologia da informação”, com 40% dos votos.
Para o interino da Seplan, os resultados do censo industrial apontam para tendência que está sendo verificada na maioria das cidades brasileiras. “Está ficando claro, para todo mundo, que existe uma necessidade muito grande de investimentos em mão de obra”, afirmou Ribeiro da Silva.
Na avaliação dele, o fato do item “mão de obra” ter aparecido em primeiro lugar no censo e “educação” em terceiro, é um indício claro da necessidade de investimentos nesta área. “Na verdade, estas duas áreas se complementam, porque é investindo em educação que vamos solucionar a principal carência apontada pela indústria da cidade”.
A presença do item “meio ambiente” em segundo lugar nas necessidades apontadas pelo censo não surpreendeu o secretário. De acordo com ele, trata-se de segmento que recebe cada vez maior atenção das empresas, sobretudo do setor industrial. “Os empresários estão preocupados com a preservação ambiental, porque, hoje em dia, as responsabilidades das empresas estão recebendo muita atenção de todos”, disse Ribeiro da Silva.
A partir das informações obtidas com o Censo Industrial, a Seplan pretende direcionar algumas das ações administrativas a serem tomadas nos próximos meses. Uma delas deverá ser a escolha dos cursos que serão oferecidos na EVT (Escola de Vida e Trabalho), do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
De acordo com o interino da Seplan, a Prefeitura já recebeu resposta positiva de cinco empresas que foram convidadas a investir no projeto. Atualmente, uma equipe estaria analisando a planta baixa fornecida pelo Senai e verificando as possibilidades de aplicação dela ao prédio que poderá ser cedido pela empresa Tavex. Entretanto, Ribeiro da Silva disse que existem outras opções sendo analisadas pela Prefeitura.
                                                                                                     oprogressodetatui.com.br

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